As sequelas deixadas pela pandemia ainda não foram totalmente mapeadas. Ainda assim, sabemos que os problemas com a saúde mental aumentaram em grande escala. Em um levantamento feito pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, observou-se que 69% dos estudantes da rede estadual paulista apresentam sintomas ligados à depressão e ansiedade.
A depressão é um transtorno mental comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo no Brasil, sendo classificado como o 2o país com maior índice de depressão da América Latina. Ela é caracterizada por sintomas como tristeza, perda de interesse e prazer, dificuldade para concentrar-se, alterações de sono e apetite e, em casos mais avançados, pensamentos de morte ou suicídio. A depressão pode ter graves consequências para a saúde física e mental, podendo afetar a qualidade de vida de uma pessoa de várias maneiras.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é a principal causa de incapacidade no mundo e afeta cerca de 300 milhões de pessoas. No Brasil, a prevalência de depressão é elevada, sendo que cerca de 7,6% da população adulta sofre de depressão, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Existem vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da depressão no Brasil, incluindo estressores sociais, econômicos e ambientais, como desemprego, pobreza, violência, doenças crônicas e dificuldades financeiras. Além disso, o acesso limitado a tratamentos de saúde mental também pode contribuir para o problema, já que muitas pessoas com depressão não recebem o tratamento que precisam.
Em uma pesquisa do Datafolha de 2022, 34% dos estudantes tiveram dificuldades no controle de emoções desde que retornaram para a escola de maneira presencial. Também foi identificado que 24% dos alunos sentem-se sobrecarregados e 18% estão tristes ou deprimidos. A pesquisa ainda apontou que somente 40% deles recebem algum tipo de apoio psicológico nas escolas.
A ansiedade é uma resposta normal do corpo a situações estressantes, mas quando se torna excessiva e interfere na vida cotidiana, pode ser classificada como transtorno de ansiedade. No Brasil, segundo a OMS, cerca de 18,6 milhões de pessoas sofrem de ansiedade. Classificando o país como o mais ansioso do mundo.
A ansiedade no ambiente escolar é também um problema comum. Entre estudantes de todas as idades, pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo pressão acadêmica, medo de fracasso, bullying e mudanças sociais.
Os sintomas da ansiedade no ambiente escolar podem incluir preocupação excessiva, medo, dificuldade para se concentrar, dor de cabeça, dor abdominal, sudorese, tontura, problemas para dormir e evitação de situações escolares. Esses sintomas podem afetar o desempenho acadêmico e a saúde mental dos estudantes, e pode ser difícil para os estudantes pedir ajuda.
Há várias estratégias e técnicas que podem ajudar a tratar e gerenciar a depressão e a ansiedade, incluindo terapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a terapia interpessoal (TIP) são duas das abordagens mais eficazes para o tratamento da depressão. Os medicamentos antidepressivos também podem ser eficazes, mas é importante consultar um médico antes de iniciar qualquer tratamento. Mudanças no estilo de vida, como a prática de exercícios regulares, uma dieta saudável e a obtenção de suficiente sono, também podem ajudar a melhorar os sintomas da depressão.
Separamos algumas soluções e dicas para o tratamento da depressão e ansiedade:
A depressão e a ansiedade são um problema comum e tratável no Brasil, ainda que afetem milhões de pessoas. É importante reconhecer os sintomas e buscar ajuda se você ou alguém que você conheça estiver sofrendo desses transtornos.
